O valor da marca criou uma água de R$3.5B

Publicado originalmente no LinkedIn de Marcelo Tripoli, CEO e fundador da Zmes

Quem trabalha com marketing, desde que o mundo é mundo, se sente sempre devendo uma boa explicação para o board das empresas em relação ao payback do investimento de comunicação e sua relação com vendas e com o sucesso dos negócios.

O marketing digital, em especial a mídia de performance, mudou esta equação pois finalmente permitiu uma dinâmica de mensuração em vendas do dinheiro investido nas plataformas digitais.

Porém está mensuração ainda hoje está muito voltada para e-commerce e/ou para o famoso last click, ou seja, lá no final da jornada de compras do consumidor. Isso tem mudado com novos modelos de atribuição modernos, eu mesmo tenho implementado essa nova metodologia com sucesso em grandes empresas. Mas ainda sim o valor intrínseco da marca, aquele que deveria ser olhado na perspectiva de anos e não de meses, fica difícil fazer a matemática.

Vamos então olhar empiricamente para um exemplo que chamou muito minha atenção: já ouviu falar da Liquid Death? É uma marca de água lançada em 2019 e que chegou a um faturamento de US$100M e valor de mercado de US$700M. Criada por um ex-diretor de criação de agência chamado Mike Cessario, seu sucesso é declaradamente apoiado só na força da marca.

Mike trouxeu a linguagem das marcas de cervejas para criar um “ruído” que gera o desejado thumb stop: o visual, o tom de voz, o conteúdo… tudo ali parece qualquer categoria de produto, menos água. A marca é a número 1 em alcance no TikTok e virou queridinha da geração Z.

Este é um enorme poder que só um bom trabalho de storytelling pode gerar. Pegou o commodity mais básico do mundo e criou desejo, comunidade e sensação de pertencimento o suficientemente forte para alguém pagar R$520,00 no Brasil por um pack de 12 latinhas.

Quando um trabalho de marca é combinado com o poder dos dados e a capacidade de personalização da tecnologia você tem como output o marketing como a principal alavanca de crescimento das empresas e os CMOs como os futuros CEOs das companhias.

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