3,7 bilhões de pessoas não estão conectadas à Internet

Dados do relatório Estado da Banda Larga de 2021, consolidados pela Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Sustentável, revelaram que existem 3,7 bilhões de pessoas em todo o mundo que permanecem desconectadas. Dentre elas, 85% são cobertas por uma rede de banda larga móvel

Ensino a distância massivo, modelos de trabalho remoto, telemedicina, crescimento do e-commerce e muito mais. Um cenário de dependência da internet ainda maior foi criado pela pandemia e serviu para expor os desafios da conectividade. 

Quando pensamos em como a internet faz parte do dia a dia, chegamos a ter dificuldade em pensar naqueles que não têm acesso a ela. 

De acordo com o relatório Estado da Banda Larga de 2021, da Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Sustentável, 3,7 bilhões de pessoas não estão conectadas à rede, embora 85% delas vivam dentro do alcance de uma rede móvel. 

A descoberta ressalta a necessidade de políticas públicas com foco na conectividade para garantir o acesso a dispositivos e serviços de internet. 

Panorama da conectividade

Especialmente durante a pandemia, a conectividade com a Internet demonstrou ser crucial para responder ao impacto da pandemia COVID-19 e lidar com transformações econômicas e sociais de impacto. 

Quanto mais vulnerável o país, mais pobres os níveis de adoção da Internet. Dados divulgados pela Insider Intelligence revelam que em 2019, um ano antes do início da crise, cerca de 87% dos habitantes dos países desenvolvidos usavam a Internet, enquanto apenas 19% dos indivíduos nos países menos desenvolvidos estavam online.

No Brasil, a desigualdade de acesso à internet prejudicou o ensino básico. Dados do censo de 2020 divulgados pela Agência Brasil revelaram que apenas 32% das escolas públicas do ensino fundamental têm acesso à internet para os alunos, porcentagem que chega a 65% no caso das escolas públicas do ensino médio.

Internet na pandemia

Embora o consumo geral e individual de dados tenha aumentado durante a pandemia e a crise tenha trazido muitos novos usuários online, outros tiveram que limitar ou interromper seu acesso devido ao impacto econômico sobre a renda e a acessibilidade que mais afeta as populações que menos usam a Internet. 

Em 2020, o tráfego médio aumentou 48%, enquanto o pico de tráfego global cresceu 47%, em comparação com as previsões de crescimento médio anual entre 2016 e 2020 de 30%. Além disso, ainda no ano passado, o uso de banda larga fixa pelos consumidores aumentou em uma média de duas horas e meia por dia, e no celular em uma hora.

Da mesma forma, 60% dos trabalhadores de escritório aumentaram as reuniões em vídeo. Nos EUA e na Europa em particular, o tráfego em redes de banda larga aumentou 51% devido à pandemia e o uso médio por assinante (ou domicílio) aumentou de 344 GB por assinante no quarto trimestre de 2019 para 482,6 GB por mês em quarto trimestre de 2020, um aumento de 40%.

Soluções para a democratização da conectividade

Para garantir mais conectividade, é preciso contar com investimento em políticas específicas para este fim. Ainda de acordo com o relatório, mais de 30 organizações internacionais e corporações do setor privado estão unindo esforços de conectividade da Internet, com uma abordagem centrada nas pessoas.

A seguir, listamos 4 principais passos que vão facilitar a democratização do acesso à internet nos próximos anos.

4 passos para solucionar os principais desafios da conectividade

Priorizar o tema

Diversos estudos demonstram que acesso a Internet de qualidade é um fator critico de desenvolvimento social, governo e sociedade civil devem priorizar a conexão da população

Grandes empresas devem também ajudar

Para responder à enorme demanda por conectividade de banda larga em 2020 e à mudança para a atividade online como resultado da crise COVID-19, medidas extraordinárias foram tomadas por governos, ministérios, reguladores, provedores de serviços e muitos outros participantes no ecossistema de conectividade global. Grandes empresas podem também ajudar

Ir além da tecnologia

É fundamental levar em conta fatores sociais e demográficos para a definição das estratégias e melhores práticas para acessibilidade da conectividade. Assim, não apenas a estrutura tecnológica deve ser considerada. Outras questões do usuário, bem como habilidades, acessibilidade, relevância, conteúdo e confiança, também devem ser consideradas e desenvolvidas.

Modelos básicos acessíveis

O relatório Estado da Banda Larga de 2021 ressalta a urgência de disponibilizar smartphones e serviços mais acessíveis para os países menos desenvolvidos do mundo. As possíveis soluções delineadas no relatório  incluem o compromisso de grandes empresas embarcarem em um projeto piloto sobre “acessibilidade de dispositivos”, com a finalidade de desenvolver aparelhos básicos para ajudar bilhões de pessoas a se conectar.

Você pode gostar