Análise de julho de 2021 dos hospitais do US News and World Report revela que mais de 35% de todo o sistema de saúde dos Estados Unidos carece de ferramentas centradas no consumidor
Empresas estão perdendo valiosas oportunidades de criar apps de saúde e usar a tecnologia a serviço tanto da integração de dados quanto do atendimento aos pacientes.
Por um lado, os aplicativos auxiliam na agilidade do atendimento e engajamento dos usuários; por outro, a integração de dados (problema que tem sido especialmente grave durante a pandemia, período de grande utilização da telemedicina) facilita a troca de informações e permite otimização de serviços.
De acordo com análise de julho de 2021 dos hospitais do US News and World Report de 2020-2021, divulgada pela Insider Intelligence, mais de 35% de todo o sistema de saúde dos Estados Unidos carece de ferramentas centradas no consumidor.
Dessa forma, não há serviços como assistentes virtuais e aplicativos móveis suficientes para suprir a demanda. Além disso, melhorar a interoperabilidade entre dispositivos médicos e sistemas de registros de saúde por si só poderia economizar para o sistema de saúde dos EUA até US$ 30 bilhões por ano, de acordo com estimativas do West Health Institute de 2013. A falta dessas ferramentas tecnológicas representam uma oportunidade para as gigantes de softwares.
O atual cenário do déficit tecnológico em sistemas de saúde
De acordo com dados da Insider Intelligence, a maioria dos adultos norte-americanos passa um tempo considerável em aplicativos: são mais de 4 horas na internet móvel diariamente, em virtude da pandemia e 88% deste tempo é gasto em aplicativos.

Os sistemas de saúde, então, estão perdendo uma grande oportunidade de oferecer aplicativos personalizados de agendamento e outros atendimentos. Muito mais do que uma forma prática para que os usuários solicitem os serviços, os apps representam uma maneira de se conectar aos já elevados níveis de engajamento móvel dos consumidores norte-americanos.
Além disso, os usuários de apps de saúde se sentem mais seguros na utilização. Uma pesquisa recente da Pew Research revelou que cerca de 76% dos consumidores de saúde dizem que se sentem confortáveis em compartilhar seus dados de saúde em aplicativos que já são pré-aprovados por médicos ou hospitais.
Apps de saúde também são fundamentais para os profissionais da área
Os benefícios dos apps de saúde não se restringem aos pacientes. Um dos maiores obstáculos para o sistema de saúde simplificado e de alta qualidade nos Estados Unidos é a falta de interoperabilidade, ou seja, de compartilhamento de forma fácil e segura dos dados dos pacientes.
Uma pesquisa Sage Growth Partners e Black Book Research do segundo trimestre de 2020 revelou que para 86% dos médicos de atenção primária dos EUA a falta de integração e interoperabilidade é um dos principais problemas da telessaúde.
Como os sistemas de saúde costumam usar várias plataformas para gerenciar os pedidos e dados dos pacientes, um atendimento eficiente, ágil e integrado pode ser complicado de se obter, o que leva a problemas de comunicação, testes duplicados e estadias mais longas no hospital.
Dessa forma, a tecnologia pode aprimorar a tomada de decisões clínicas e facilitar um atendimento mais personalizado bem como a obtenção melhores resultados de saúde e, por sua vez, diminuição dos custos de saúde subsequentes.
4 ferramentas tecnológicas fundamentais para os sistemas de saúde
Engajamento por meio de aplicativos
Os apps de saúde permitem agendamento de serviços, acesso a resultados de exames, bem como atendimentos que resolvem problemas simples e respostas a dúvidas.
Compartilhamento de dados por meio da nuvem
Os grandes volumes de dados de saúde podem ser facilmente gerenciados em tempo real por meio de plataformas em nuvem. Em agosto de 2020, por exemplo, o Google Cloud fechou um acordo de US$ 100 milhões com a empresa Amwell, que passou a usar a plataforma Google Cloud para hospedar visitas virtuais e digerir dados de pacientes de forma integrada.
Integração por meio da IA
A inteligência artificial pode ajudar a resolver problemas como duplicação de registros e lacunas no atendimento ao paciente, além de gerar economia de custos. Os algoritmos baseados em IA da InterSystems, por exemplo, ajudaram a fechar lacunas no atendimento ao paciente, facilitando atualizações em tempo real para os índices do paciente. Com dados de saúde atualizados em mãos, os clientes reforçaram os cuidados, reduziram as taxas de readmissão e aumentaram as taxas de reembolso.
Atendimentos por meio de chatbots
A automatização de conversas entre pacientes e sistemas de saúde agilizam os processos e cortam custos com pessoas voltadas exclusivamente para o atendimento. Se necessário, o software passa a conversa para um provedor quando a intervenção humana é necessária. De acordo com dados do eMarketer, a empresa Sansum Clinic, com sede na Califórnia, afirma que economizou 546 horas do tempo da equipe depois de usar o chatbot da Well Health por seis meses, por exemplo.