Entenda os abismos entre as fintechs e bancos que ainda não se transformaram

De acordo com a pesquisa “The World Wealth Report”, de 2020, da Capgemini, 71% dos gestores de patrimônio consideram a inteligência artificial como a tecnologia de maior impacto para administração de renda, seguida por análise de dados, com 63%

Na última década, empresas de tecnologia financeira se tornaram muito populares. Por meio de softwares inovadores, elas representam soluções criativas e simplificadas para o segmento financeiro. As chamadas fintechs de investimento vem captando cerca de US$ 1 trilhão, desde 2010, de acordo com dados do Bank for International Settlements (BIS).  

No Brasil, dados do Distrito Dataminer revelam que o País concentra cerca de 50,5% dos negócios de fintechs na América Latina. Vale ressaltar que o número abrange investimentos, negociações e financiamentos neste mercado. Além disso, existem pelo menos 166 fintechs atuando no setor de meios de pagamentos digitais, ou seja, 16,3% das mais de mil fintechs brasileiras mapeadas. 

Para os indivíduos de alto patrimônio, que acabam regendo boa parte dos ativos financeiros de um país, as novas tecnologias representam uma forma de personalizar e agilizar demandas envolvendo maior complexidade. Para o cidadão médio, as tecnologias financeiras facilitam transações e oferecem mais comodidade e autonomia. 

O que movimenta essa ruptura em direção aos bancos digitais e fintechs de investimento, bem como perspectivas e diferenciais do segmento são os temas desta leitura. 

Bancos tradicionais x fintechs

O setor de bancos de investimento tradicionais tiveram dificuldades em adaptar-se às novas tecnologias. Entretanto, à medida que a revolução digital continua a se espalhar por todos os setores, inclusive no de finanças, a tendência é que as transformações se intensifiquem cada vez mais em direção ao digital.

Os bancos digitais nativos saíram na frente, ao revolucionar o ecossistema. Foram as empresas nativas digitais de finanças que permitiram mais eficiência por meio da inovação e tecnologias avançadas, como a nuvem e inteligência artificial. 

Com essas transformações, instituições de investimento se viram sem opção a não ser se adaptarem e abraçarem essas mudanças tecnológicas para se manterem competitivas.

Perfil da concentração de renda por geração

Os indivíduos de alta renda (em inglês, high-net-worth individual) (HNWIs) são aqueles cujos ativos líquidos individuais ou familiares alcançam pelo menos US$ 1 milhão. Eles representam apenas 6,8% das famílias dos EUA, mas controlam quase 3/4 do total de ativos financeiros totais, de acordo com dados da Pesquisa de Financiamento ao Consumidor de 2019 do Federal Reserve.

Dentre eles, os maiores concentradores de renda são os baby boomers, pessoas com idades entre 55 e 73 anos. Eles terão uma riqueza de US$ 68 trilhões nos próximos 30 anos, que serão repassadas aos familiares de gerações mais jovens, como membros da geração X e millennials. 

Hoje, os indivíduos das gerações Y e Z juntos representaram apenas 0,5% da riqueza dos HNWIs, com US$ 185,23 bilhões. Essas gerações estão em bases menos sólidas e sentem mais insegurança ao administrarem suas fortunas. 

Além disso, cada vez menos millennials se sentem preparados ou com seus objetivos financeiros atingidos, em comparação com a geração X ou a geração baby boom, de acordo com uma pesquisa 2021 EY de clientes de gestão de patrimônio em todo o mundo. 

Como resultado desse cenário, os relacionamentos da geração Y e da Geração Zers com gestores de patrimônio giram em torno de gestão de herança, educação sobre gestão de investimentos e consultoria financeira em fases críticas da vida, como comprar uma casa ou planejar um filho, de acordo com o relatório “The World Wealth Report”, da Capgemini, de 2020.

Tecnologia e gestão de patrimônio

É importante ressaltar que 80% dos herdeiros da geração X e da geração Y dizem que irão buscar um novo consultor financeiro depois de herdar sua riqueza. Isso torna os próximos anos cruciais para os gestores de patrimônio na retenção de clientes mais jovens e na proteção dos ativos sob gestão dos concorrentes.

Com esses dados, é natural entender os motivos pelos quais os gerentes de patrimônio estão usando o digital para aumentar a humanização de seus serviços. 

Ainda de acordo com a pesquisa da Capgemini, 71% dos gestores de patrimônio consideram a inteligência artificial como a tecnologia de maior impacto para administração de renda, seguida por análise de dados, com 63%.

4 elementos inerentes às fintechs de investimento que fortalecem o vínculo com o cliente

Capacidade omnichannel

De acordo com as estimativas da Oliver Wyman divulgadas pelo eMarketer, em 2024, 20% do envolvimento ocorrerá face a face, 25% por meio de aplicativos e 15% por meio de videoconferência. Esse cenário destaca a necessidade de estratégias omnichannel a fim de agilizarem a comunicação com os usuários nos pontos de engajamento.

Usabilidade cada vez melhor

Aumentar a segurança não precisa ser sinônimo de mais entraves à usabilidade. Para isso, tecnologias como reconhecimento facial e machine learning podem permitir que os provedores automatizem a coleta de dados e eliminem a reinserção de informações pessoais em dispositivos já reconhecidos e autorizados.  

Chatbots

Os chatbots e assistência para suporte de atendimento ao cliente, ajudam no processo de orientação das jornadas digitais dos clientes e tornam canais alternativos, como aplicativos, mais úteis e intuitivos.

ESG

A sustentabilidade está em alta tanto para os HNWIs, que pretendem alocar 46% de seus portfólios para produtos de investimento sustentável até o final de 2021, quanto para os indivíduos da Geração Z, cuja preocupação com questões ambientais é relevante. Dessa forma, mais uma vez as ferramentas digitais serão essenciais na formação de uma estratégia ESG sólida para avaliar as metas de investimento e atender melhor aos clientes.

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