Mercado digital para idosos está em crescimento exponencial

Idosos serão 20% da população nos EUA até 2040, de acordo com dados do eMarketer. No Brasil, o número de idosos chegou a 32,9 milhões em 2019 e já era maior que o número de crianças até 9 anos de idade. A falta de investimentos em saúde para esse público representa oportunidade nos dois países, especialmente para empresas de tecnologia. Vale ressaltar que só o diabetes custa aos EUA impressionantes US$ 327 bilhões por ano

Os cuidados com a saúde receberam mais destaque, especialmente com a preocupação em torno da pandemia. Além das femtechs e apps de saúde mental, é hora das empresas se voltarem para as oportunidades de mercado com foco na saúde do idoso.

De acordo com o eMarketer, o público da terceira idade constituirá cerca de 20% da população norte-americana até 2030. No Brasil, o número de idosos chegou a 32,9 milhões em 2019 e já era maior que o número de crianças até 9 anos de idade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Assim, a tendência de envelhecimento da população vem se mantendo e representa uma grande oportunidade de mercado em soluções digitais de saúde voltadas para idosos, o que tem despertado a atenção de gigantes, como a Best Buy.

Cenário dos cuidados à saúde dos idosos

A pandemia de coronavírus teve efeitos devastadores em lares de idosos em todo o mundo. Nos Estados Unidos, os focos de infecção em lares voltados para idosos fizeram com que 65% das instalações operassem com perda ou margem negativa.

Além disso, houve gastos com ferramentas de monitoramento remoto de pacientes, equipe e EPI, além de automatização de tarefas como check-ins de pacientes e em virtude da limitação de interações com os idosos.

Com essa transformação, boa parte do público sênior foi transferida das instalações para as residências, o que aumentou a dependência de sistemas de monitoramento remoto. Soma-se a esse contexto as falhas nos centros de saúde pública, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil e em vários outros países. 

A crise de saúde do idoso é global e foi intensificada pela pandemia, uma vez que ela mostrou ser ainda mais mortal para o público sênior. 

Determinantes sociais de saúde

A forma como uma pessoa vive e trabalha são determinantes de sua qualidade de vida. Por este motivo, a Organização Mundial de Saúde (OMS), considera a influência de fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais na ocorrência de problemas de saúde da população. A OMS chama tais fatores de determinantes sociais da saúde. 

No caso específico dos idosos, condições como moradia, alimentação, mobilidade e presença da família são fundamentais para assegurar a qualidade de vida. Assim, especialmente durante a fase mais crítica de isolamento social durante a pandemia, a solidão acabou sendo um problema de saúde pública para o público sênior. 

Uma pesquisa conduzida pela Altruista Health em novembro de 2020 concluiu que idosos expostos a situações de isolamento social e solidão podem ter risco até 29% maior de desenvolver doenças cardíacas e até 32% mais propensão a ter um AVC. Combinadas, essas condições custam ao sistema de saúde dos EUA US$ 214 bilhões anualmente, despesa que é repassada aos pagantes. 

Com o crescente envelhecimento, espera-se que os idosos representem 20% da população dos EUA até 2040, o que significa que as seguradoras vão abordar os fatores de risco de saúde para essa população antes que eles se tornem algo extremamente caro.

Neste contexto, a tecnologia torna-se aliada na ampliação das opções de assistência médica domiciliar e no monitoramento. Em 2020, empresas e soluções digitais de saúde do idoso estão surgindo para ajudar na assistência. De acordo com o eMarketer, algumas dessas empresas são a Comcat offshoot Quil Health e Alexa, da Amazon, com o serviço Care Hub habilitado.

Inovações garantem mais qualidade de vida

Dispositivos tecnológicos inteligentes representam uma forma de reduzir custos e facilitar o monitoramento por parte da família. Além de gigantes da tecnologia, como a Amazon e Best Buy, há uma série de startups e pequenas empresas focadas em cuidados de idosos que oferecem alternativas aos produtos oferecidos pelos grandes players do mercado. 

Há opções que oferecem atendimentos ao idoso com monitoramento completo e 24 horas por dia, por meio de Inteligência Artificial.

Vale também mencionar um estudo da empresa de terapia digital (DTx) Lark Health, que revelou maior engajamento entre seus clientes com mais de 65 anos em sua plataforma de coaching digital para a prevenção e tratamento do diabetes e prevenção da hipertensão ao longo de um ano. 

Os dados sobre alto engajamento entre idosos podem ser uma maneira inteligente para as empresas de terapia digital comprovarem seu ROI para as seguradoras. A prevalência de diabetes é mais alta entre os idosos – e custa aos EUA impressionantes US $ 327 bilhões anualmente.

Desta forma, à medida que empresas específicas avançam com modelos de saúde diretos ao consumidor (D2C), o marketing direcionado pode ser a chave para garantir sua fatia no crescente mercado de cuidados para idosos.  

4 insights sobre a tecnologia a serviço da saúde dos idosos

Popularização dos wearables

Os dispositivos vestíveis, também chamados de “wearables” são alternativas para auxiliar no monitoramento do idoso. Com o envelhecimento da população e consequente necessidade de acompanhamento, há estimativas de surgimento de novos players e inovações no mercado.

Importância da IA

Desenvolvimento de tecnologias de Inteligência Artificial auxiliam no monitoramento dos idosos, além de criarem bases de dados a partir de padrões de comportamento. Os dispositivos são capazes de realizar o acompanhamento de métricas como frequência cardíaca, qualidade do sono e até risco de queda. 

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