Seu melhor garoto propaganda pode ser virtual

Em 2020, China foi responsável por 54,7% dos gastos comerciais e de consumo em RA e VR em todo o mundo, mas a maior influencer virtual do mundo é brasileira

Eles não existem no mundo real, mas são sucesso nas redes sociais e plataformas de vídeo. Há quem solte a famosa frase “isso é muito Black Mirror!” quando ouve falar dos influencers virtuais, personagens digitais criados por meio de um software de computação gráfica. 

O mais impressionante é que após a criação, o influencer 3D recebe uma personalidade alinhada à marca, e sempre vai agir nas plataformas das redes sociais de acordo com ela.

A realidade aumentada e os assistentes virtuais de alto-falantes inteligentes colaboraram para que os virtual influencers ganhassem a visibilidade atual. Além disso, marcas se beneficiam com a criação de um personagem feito sob medida, que diferentemente dos influenciadores humanos, nunca vai fugir do esperado e gerar uma crise. 

Na leitura de hoje, vamos falar sobre os influenciadores virtuais e entender melhor o engajamento que eles recebem e as vantagens que eles oferecem às marcas.

Um pouco da história do nascimento dos influencers virtuais 

As mídias sociais nunca foram tão relevantes, especialmente aquelas focadas em vídeos, como Youtube e TikTok. Esta última, inclusive, tem atraído cada vez mais pessoas e marcas graças a seus “challenges”, desafios que arrebatam multidões que realizam dancinhas, gravam vídeos curtíssimos cheios de informações e por aí vai. 

As plataformas sociais expandiram o nível de conteúdo interativo e buscam, cada vez mais, aproximar os criativos de seu público. Com a necessidade de imprimir mais personalidade à marca, dialogar com a audiência, demonstrar produtos de forma mais natural e levantar a voz para causas, as parcerias com os creators se tornou prática cada vez mais comum. 

Dessa forma, os influenciadores passaram a aparecer mais e dominar o mercado, colaborando com grandes marcas na tentativa de conquistar novos fãs e fidelizar os antigos. Com o tempo, influenciadores de diversos tipos foram surgindo: de cantores a atores, de Youtubers a blogueiras de moda e lifestyle, de artistas a performers. 

Como uma forma de diversificar, apostar na união entre tecnologia e criatividade se tornou a solução para muitas marcas, que contaram com a inspiração de designers e produtores de conteúdo. Nasciam os primeiros influencers virtuais, personagens gráficos, feitos de pixels, mas cheios de personalidade.

Quem são os influencers virtuais?

Dentre as influenciadoras virtuais mais conhecidas (e campeã de seguidores) está a Magalu, do Magazine Luiza, com mais de 5 milhões de fãs no Instagram. Depois dela, vem Lil Miquela, com 3 milhões. Elas encabeçam a extensa lista de celebridades virtuais, que ainda conta com a japonesa Noonoouri, Barbie, Guggimon e até uma abelha, a francesa bee_nfluencer

Além desses, na China, a idol pop virtual Luo Tianyi vem se apresentando com artistas humanos no Festival de Gala anual da rede de televisão estatal – o evento de TV de maior audiência no país. Muitos viram essas aparições como o endosso do governo à realidade mista (XR). Na verdade, em seu último plano de cinco anos, divulgado no início deste mês, o governo nomeou a XR como uma das sete principais indústrias digitais da China.

As marcas chinesas buscam cada vez mais conexão com jovens consumidores e durante a pandemia aproveitou o crescimento do livestreaming para inserir participação de influencers digitais. Em abril passado, Luo co-apresentou uma transmissão ao vivo comprável com o influenciador humano Li Jiaqi, que é amplamente considerado um dos dois maiores influenciadores (conhecido localmente como líderes de opinião, ou KOLs) na China.

De acordo com um estudo de setembro de 2020 da GlobalWebIndex, 66% dos telespectadores da transmissão ao vivo na China com 16 anos ou mais disseram que provavelmente comprariam produtos recomendados por influenciadores que eles seguiram.

Vale ressaltar que, atualmente, a China domina em termos de investimentos em AR e VR. De acordo com a International Data Corporation (IDC), a China foi responsável por 54,7% dos gastos comerciais e de consumo em RA e VR em todo o mundo em 2020. O eMarketer estima que os projetos da IDC com essa participação irão aumentar para 56,0% em 2021.

4 motivos para apostar nos influencers virtuais

Aproximam sua marca do público

A ideia de marcas é oferecer uma experiência inédita de entretenimento aliada à construção e fortalecimento da marca. Contar com um influencer virtual é promover inovação e gerar curiosidade na audiência. Isso leva o público a seguir o influenciador e criar laços com ele, o que engaja e vai além da conversão em si. 

São efetivos

Além do aspecto da curiosidade, os influenciadores são o reflexo da experiência híbrida ou “figital”, que une o virtual e o físico, especialmente no contexto da pandemia. 

Unem criatividade e tecnologia

A geração Z cada vez mais demanda por experiências de entretenimento interativas e envolventes. E programar um influenciador virtual, definir o que ele fará, como se portará, bem como sua aparência são tarefas que unem criatividade e tecnologia, dois dos principais insumos para que uma marca se posicione de maneira inovadora e atraente nas redes sociais. 

Representam menos riscos

Com um influenciador criado sob medida, as marcas podem ter controle total do processo criativo e da programação. Com um influenciador virtual, barreiras como localização, idioma e até mesmo adequação de discurso não são problemas.

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