No Brasil, a perspectiva é de que o nível pré-pandemia no setor de turismo seja alcançado apenas no segundo trimestre de 2023, de acordo com a CNC. Nos EUA, pesquisa da Morning Consult revela que 64% dos entrevistados planejam viajar no verão do hemisfério norte
Depois de um ano turbulento, com perda estimada em US$ 935 bilhões em receitas, de acordo com nota da OMT (Organização Mundial do Turismo) de dezembro de 2020, uma boa notícia para o setor de turismo nos Estados Unidos: os planos de viagem estão voltando aos níveis pré-pandêmicos no País.
É o que revela uma pesquisa da Morning Consult de maio deste ano, que aponta que 64% dos entrevistados planejam uma grande viagem no verão do hemisfério norte.
No Brasil, a situação não está tão otimista, especialmente em virtude da demora no avanço da imunização contra a COVID. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reduziu de 3,7% para 3,5% a expectativa de crescimento do volume de receitas dos serviços, em 2021. Com relação especialmente ao Turismo, a tendência é que o faturamento real do setor encolha 9,7% neste ano.
A perspectiva brasileira é de que o nível pré-pandemia no setor seja alcançado apenas no segundo trimestre de 2023, segundo a CNC. A estimativa tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de dezembro do ano passado, divulgada pelo IBGE.
Hoje o mercado de Turismo e as tendências do setor após a pandemia são temas aqui no Mistura. Vamos também discutir um pouco mais sobre as ações que os players de turismo precisam considerar no contexto digital com o fim da pandemia e as transformações que ocorreram no hábito e experiência do consumidor.
Transformações do cenário do mercado de turismo
Nos Estados Unidos, de acordo com dados da Bernstein divulgados pelo eMarketer, a demanda por viagens está aumentando à medida que mais adultos são vacinados.
Com 70% da população dos EUA vacinada em agosto, de acordo com o The New York Times, a demanda por viagens pode aumentar, o que deve elevar os preços (em abril, as tarifas domésticas norte-americanas tiveram alta de 9%, ainda de acordo com as estimativas de Bernstein citadas pela CNBC).
No Brasil, dados da Fecomércio registraram queda de R$ 55,6 bilhões em 2020 na comparação com 2019, situação especialmente dramática para o setor aéreo, que perdeu pouco mais da metade da média de seu faturamento anual, mesmo com programas e políticas para redução de impactos, como revela conteúdo da Forbes.
Medidas de empresas de turismo para recuperar o segmento
Como saída à situação dramática e também como medidas para evitar a disseminação do vírus, estão as viagens com rotas mais curtas e com destinos ligados à natureza, que evitam aglomerações. Além disso, é hora de valorizar o turismo doméstico, que beneficiaria enormemente a economia.
Já para os profissionais de marketing, é hora de investir em anúncios, depois da queda nos gastos com propaganda em 2020, de acordo com gráfico do eMarketer.

Além disso, é hora também de criar ofertas com desconto, que são sempre fatores decisivos para alguns viajantes. Por exemplo, mais da metade (56%) dos adultos norte-americanos disseram que provavelmente tirariam férias, se obtivessem desconto em um hotel, de acordo com uma pesquisa realizada em abril pela Adweek e Morning Consult.
Outro ponto que merece atenção tem a ver com o varejo: comerciantes podem ver alguns ganhos inesperados, com vendas de trajes de banho e malas, itens que estão tendo picos nas vendas, de acordo com a pesquisa da NPD, divulgada pelo eMarketer. As vendas de roupas de banho, por exemplo, aumentaram 185% ano após ano, em março de 2021, e até 32% em comparação com março pré-pandemia de 2019.
4 ações que os players de turismo precisam considerar no contexto digital pós-pandemia
Invista na jornada completa
A experiência do cliente é moldada em toda a jornada de ponta a ponta, desde a reserva até a viagem e o retorno para casa e mesmo os viajantes mais experientes terão que se adaptar a novos protocolos, como certificados de saúde digitais e medidas de segurança. Vale se programar a fim de dar conta do volume previsto para o verão e períodos de férias.
Trabalhe a confiança na marca
Escute e entenda o seu público e mais do que isso: se mostre disposto a abrir um diálogo que minimize as preocupações do viajante. A confiança do público foi afetada pela crise e de acordo com um relatório da Organização Mundial do Turismo (OMT), os viajantes tornaram-se excessivamente cautelosos em suas perspectivas, já que a pandemia reduziu seus níveis de confiança para abaixo de zero. Restaurar a confiança do viajante ao utilizar o transporte público é o maior desafio para o turismo.
Invista na redução do atrito
Serviços sem contato, automação, experiências virtuais, fornecimento de informações em tempo real e disponibilidade de pagamentos de diversas formas não só recuperam o otimismo do viajante, mas tornam todo o processo mais fluido, cômodo e prático.
Use tecnologia para otimizar a experiência
Com a pandemia, o público se adaptou aos pagamentos digitais e ao distanciamento social nas transações diárias. Colocar em prática mais ideias desse tipo pode restaurar consideravelmente a confiança do viajante. Muitos países têm implementado tecnologia de realidade aumentada e virtual no turismo a fim de oferecer aos clientes informações valiosas e ajudá-los a conhecer os protocolos de forma eficaz. Passeios virtuais, interfaces de reserva, experiências de viagem e muito mais podem ser fornecidos para fornecer experiências em primeira mão e permitir que os viajantes tomem decisões.