Dados da CivicScience revelam que, em março de 2020, 30% dos adultos norte-americanos com mais de 18 anos usaram serviços de telessaúde. No Brasil, em agosto de 2020, foram 3,5 milhões de atendimentos, de acordo com dados da startup Conexa
Ao lado dos serviços de supermercado, a área de saúde talvez tenha sido uma das últimas a se modernizar, oferecendo atendimentos complexos por meio de aplicativos. Os apps de telemedicina começaram a se popularizar especialmente em meio à pandemia de coronavírus. A transformação ocorreu quase por falta de opção, já que, com o isolamento, foi necessário acelerar a digitalização e catalisar um boom de atendimentos virtuais. A modalidade transformou definitivamente o ecossistema de saúde em diversos países.
De acordo com dados da CivicScience, divulgados pelo eMarketer, a telemedicina contava com taxas de adoção de cerca de 11% em janeiro de 2020. Entretanto, com a pandemia, a taxa saltou para 30% dos adultos norte-americanos com mais de 18 anos dizendo que usaram telessaúde em março. Com isso, a predileção do consumidor pela tecnologia manteve-se forte, já que 36% dos consumidores americanos disseram que usaram algum serviço de telemedicina em agosto.

Se a modalidade digital de saúde demorou a decolar nos Estados Unidos, no Brasil a situação é similar. Segundo dados da Conexa (startup que oferece serviços de telemedicina para operadoras de saúde) divulgados pelo site da Exame, de janeiro a agosto de 2020 foram realizadas mais de 1 milhão de consultas. Além disso, a população usuária de telemedicina subiu de 150.000 para 3,5 milhões no país.
Hoje, no Mistura, by Zmes, o assunto é o crescimento dos apps de telemedicina e como esse contexto pode transformar de vez o mercado de saúde pós-pandemia.
Perspectivas da telemedicina em 2021
Apesar das incertezas na área de saúde em 2021, está claro que os atendimentos digitais serão peças-chave desse ecossistema. Com o avanço dos programas de vacinação contra a COVID, o sistema de saúde deve começar a se normalizar, mas os efeitos da pandemia serão duradouros.
Dessa forma, as empresas provavelmente ainda precisarão depender da telemedicina para obter receitas de uma grande quantidade de pacientes, que se acostumaram com a conveniência da telemedicina nos últimos meses. Dessa forma, cada vez mais players do segmento de saúde deverão desenvolver ferramentas de monitoramento remoto de pacientes, e a tecnologia terá grande papel na criação de novas oportunidades.
Como resultado, novos apps específicos de bem-estar, saúde mental e medicamentos poderão ser desenvolvidos e popularizados.
4 insights sobre a telemedicina
Inteligência artificial é aliada da saúde
Empresas de saúde nativas estão adotando tecnologias – como telessaúde e IA – que os ajuda a tratar os pacientes de forma rápida e eficaz. Durante a pandemia, 80% dos médicos dos EUA realizaram consultas virtuais em julho, de acordo com o eMarketer. E a inteligência artificial está sendo usada para diversas especialidades médicas, como criar ferramentas que ajudam radiologistas a examinar e identificar anormalidades em exames de pacientes, por exemplo.
Saúde mental ajudou a impulsionar
Apps de saúde mental, meditação e bem-estar, especialmente durante a pandemia, ajudaram a popularizar os aplicativos de telemedicina e alastrar o digital também para outras especialidades de saúde. Com isso, novas opções devem surgir, além da consolidação de serviços digitais de saúde mental, como apps de meditação e coaching virtual.
Telemedicina leva atendimento a áreas isoladas
Seja em uma aldeia no interior do Pará ou no coração da floresta amazônica, as plataformas de telemedicina permitem a realização de consultas virtuais voltadas à prevenção e tratamentos de saúde.
Medicina tradicional também está mudando
Como cada vez mais pacientes vão se acostumar com a praticidade e segurança da experiência com telemedicina, espera-se que players consolidados do segmento se atualizem. Empresas de medicina tradicionais estão adotando o digital e, de acordo com o eMarketer, a indústria deve abranger todos os dispositivos, de diagnóstico e imagens médicas até instrumentos cirúrgicos e ortopedia. Em ambientes clínicos, os dispositivos conectados permitem que os médicos extraiam um fluxo contínuo de dados do paciente, que pode ser usado, inclusive, para identificar a piora do quadro de um paciente.