Chegou a hora de usar tecnologia a favor da saúde mental

Pesquisa Ipsos revela que 45% dos entrevistados afirmaram piora da saúde mental em 2020. Nos Estados Unidos, gastos com terapia digital, podem chegar a US$ 9 bilhões em 2025, de acordo com eMarketer

O cuidado com a saúde mental nunca foi tema tão importante. Especialmente após a pandemia e a consequente sensação de insegurança, colapsos na saúde pública, desemprego e demora na oficialização dos programas de vacinação, problemas como ansiedade e depressão começaram a ser discutidos com mais frequência.

De acordo com pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial e cedida à BBC News Brasil, na média global, 45% dos cerca de 21 mil entrevistados afirmaram que sua saúde mental piorou em 2020, durante o auge da pandemia do novo coronavírus.

Já outra pesquisa, desta vez da USP, revela que a pandemia não alterou de forma significativa a saúde mental dos brasileiros. A ocorrência de transtornos (como ansiedade e depressão) continua alta, já que afeta mais de 20% da população, mas sem relação direta com a pandemia.

Nos Estados Unidos, estima-se que os gastos anuais com doenças crônicas cheguem a mais de US$ 3 trilhões e as doenças e transtornos mentais abocanham parte desse valor. Segundo o eMarketer, as terapias digitais estão no centro das atenções, depois da pandemia e novos negócios surgem no mercado para suprir a demanda.

Hoje, vamos abordar o crescimento dos players de saúde mental digitais e entender boas práticas para atender a população, com estratégia e inovações tecnológicas.

Saúde mental e tecnologia

Os aplicativos de saúde mental estão ganhando força e existem mais de 10.000 aplicativos de saúde mental disponíveis globalmente. Alguns contam com presença global e ligações com grandes empresas como Nike, Spotify e Amazon.

As empresas privadas que pagam por cobertura de saúde nos Estados Unidos – tanto as de seguro saúde quanto empregadores autônomos – são as que mais têm a ganhar com o uso do DTx.

Nos Estados Unidos, a terapêutica digital DTx vem ganhando popularidade com ferramentas para ajudar a reduzir os transtornos mentais, especialmente durante a pandemia. Agora, a gigante da saúde Teladoc-Livongo está aquecendo a concorrência no espaço da terapia digital, à medida que os players se antecipam para capturar uma boa fatia desse mercado. De acordo com o eMarketer, estima-se que os investimentos cheguem a US$ 56 bilhões em 2025.

Parcerias estratégicas

Também vale mencionar a parceria entre o app de saúde mental Headspace e a empresa de saúde Solera. O objetivo da união é popularizar as ferramentas de saúde mental especialmente entre empregadores. Para contextualizar, a Headspace é pioneira no espaço de aplicativos de saúde mental, oferecendo ofertas de meditação e atenção plena. Já a Solera é uma rede de benefícios de saúde que conecta pacientes e provedores com ofertas digitais de saúde.

Ainda de acordo com dados do eMarketer, os benefícios de saúde mental vem sendo cada vez mais populares para empregadores nos EUA, a fim de reduzir os custos médicos e atender às necessidades de saúde dos funcionários.

O relatório Tendências de Saúde Mental, de junho de 2021 (divulgado pela Headspace), revela que o esgotamento de funcionários aumentou 10% nos EUA em 2021, em comparação com 2020 e 89% dos funcionários pensam que sua empresa poderia oferecer benefícios de saúde mental. Além disso, 36% dos trabalhadores ressaltam que é fundamental ter serviços de saúde mental à disposição e para 35% vale a pena ter acesso a funções de bem-estar e meditação, de acordo com pesquisa Oracle and Workplace Intelligence, de fevereiro de 2021.

4 características fundamentais para empresas de saúde mental

Firme parcerias

As parcerias oferecem uma série de vantagens a um grupo maior de pessoas, além de oferecer, com frequência, trocas de bases de dados valiosas para insights e novas funcionalidades.

Aproveite recursos de inteligência artificial

Os apps disponibilizam funcionalidades que permitem realidade aumentada e virtual. Sessões de terapia podem contato com diversas funcionalidades como meditação, coach online e outras.

Foco na qualidade do app

A experiência no app deve ser mobile first e permitir fácil acesso a todas as funcionalidades.  Aposte em testes A/B que definam as melhores práticas de acordo com o seu app e sua audiência.

Use dados para inovar

Para entregar a melhor experiência, é preciso conhecer a audiência e criar para ela. Os apps precisam conhecer as necessidades do público e entender os aspectos da saúde mental que podem contar com a tecnologia.

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