A empresa de compras livestream Ntwrk está se inserindo em transações não fungíveis (NFTs). Voltada para a geração Z e Millennials, descobriu que 35% de seu público já tinha uma carteira digital ou criptografia e que 10% de seus usuários já haviam comprado um NFT
O tema NFTs tem sido recorrente nas redes sociais, em jornais e no boca a boca. Uns pensam que a sigla está relacionada a mais uma fórmula mágica de enriquecimento rápido que, em breve, será esquecida. Outros já veem os NFTs como uma mania que vai transformar a economia, e o que vivemos, hoje, é só o começo de uma revolução.
Ainda é cedo para ter uma previsão do impacto real dos NFTs nos próximos anos, entretanto, é fundamental acompanhar a movimentação em torno delas. Grandes empresas como Taco Bell, NBA e até o New York Times são cases famosos envolvendo os tokens. Além dessas, recentemente, a empresa de compras Livestream Ntwrk mergulhou no mercado de transações não fungíveis, com a intenção de criar sinergia entre conteúdo digital, compras e criptografia.
Ao longo da leitura de hoje, vamos abordar um pouco mais sobre a tendência dos NFTs e demonstrar como seu negócio pode aproveitar a disrupção criada por esses tokens para impactar seu segmento e sair na frente.
NFTs e criptomoedas: quem é quem?
O assunto NFTs sempre acaba trazendo à baila as criptomoedas. Para acabar com a dúvida entre os dois conceitos, vale uma breve explicação: enquanto as NFTs são tokens não-fungíveis (non-fungible tokens, daí a sigla), as criptomoedas são tokens fungíveis. Em termos práticos, os tokens fungíveis são aqueles idênticos entre si, ou seja, uma nota de R$10 equivale a duas notas de R$5 ou cinco notas de R$2, enquanto os tokens não-fungíveis são únicos. Isso significa que eles têm valores sempre diferentes, que levam em consideração uma série de implicações subjetivas (é impossível oferecer valor exato a uma obra de arte ou a uma casa, por exemplo).
Dessa forma, por serem únicas, as NFTs não podem ser negociadas ou trocadas por outro NFT (imagina trocar uma casa por outra de mesmo valor exato). Esse caráter torna cada NFT um item colecionável digital, ou seja, um ativo único que não pode ser replicado.
Um item colecionável. Essa foi a principal razão que deu origem à mania por NFTs lá em 2017, quando foram lançados os CryptoKitties. Esses arquivos eram uma espécie de mistura entre Tamagotchi e cartões colecionáveis, com gatinhos únicos que chegaram a ser negociados por até 140 mil dólares.
E o que isso tem a ver com as marcas?
Um dos principais motivos pelos quais os NFTs são relevantes para as marcas é que eles podem ser usados para representar arquivos digitais, como arte, áudio e vídeo. Foi exatamente isso que o Taco Bell fez em uma campanha recente que se tornou viral: a rede de fast-food lançou um exclusivo conjunto de tokens não fungíveis com o tema de tacos na plataforma Rarible e os GIFs se esgotaram em tempo recorde. Inicialmente, os tokens foram colocados à venda no valor de 0,001 ETH (cerca de US$ 1,79), com o lance mais alto chegando a 0,4 WETH (US$ 700).
Já a banda Kings of Leon lançou seu álbum em versão exclusiva, limitada e non fungible. Esses são apenas dois exemplos recentes do uso disruptivo dos NFTs, que estão diretamente relacionadas ao crescimento do e-commerce e mudança no comportamento do consumidor.
Livestreaming e NFTs
Atenta a essa tendência, a empresa de livestreaming Ntwrk buscou se concentrar em uma mistura entre digital e físico para agregar valor aos consumidores, criadores e marcas. A empresa de shopping livestreaming foi lançada em 2018 e diz que já acumulou 2 milhões de consumidores.
A movimentação da NTWRK em direção aos NFTs tem a ver com o crescente interesse dos membros da Gen Z e dos Millennials nos tokens. Recentemente, a empresa descobriu que 35% de seu público já tinha uma carteira digital ou criptomoeda, e que 10% de seus usuários já haviam comprado um token não-fungível. Este insight levou a empresa a considerar a oportunidade de sair na frente com investimentos em NFTs. Assim, a NTWRK já tem até mesmo artistas e criadores que irão vender seus produtos por meio dos tokens.
Entretanto, mesmo com os números e os cases apresentados acima, e apesar de se tornar cada vez mais estratégico para as empresas nos últimos três anos, uma pesquisa da Deloitte de 2020 divulgada pelo eMarketer demonstra certa desconfiança de executivos globais com conhecimento de blockchain. A conclusão da pesquisa é de que 54% dos entrevistados acreditam que o potencial dos investimentos em blockchain sejam exagerados, contra 39% dois anos antes.
Vale ressaltar, entretanto, que o interesse global em NFTs abre novas possibilidades para marcas contarem histórias e alcançarem públicos mais jovens, por meio de uma estratégia de marketing inovadora e que dialogue com seus interesses financeiros.
4 principais benefícios que os NFTs oferecem ao seu negócio
Abre caminho para novas tecnologias
Abraçar novas tecnologias e ideias é benéfico, especialmente em um contexto pós-pandemia. Vale a pena estar disposto a assumir riscos e contar com novas alternativas tecnológicas, especialmente por ela gerar interesse nos consumidores do futuro.
Apresenta sua marca e a insere na conversa
Com os NFTs ainda em estado inicial, este é o momento ideal para os profissionais de marketing criarem táticas voltadas para eles. Além de ser uma maneira criativa de chamar a atenção para seu negócio e construir sua audiência, há a possibilidade de ter menos concorrência, já que muitas marcas ainda desconhecem o funcionamento dos tokens.
Cria experiências marcantes
Os cases de realidade aumentada demonstram que o público sempre está em busca de ótimas experiências, especialmente aquelas imersivas e inéditas. Os valores investidos em NFTs demonstram que a audiência está disposta a pagar alto por elas.
Possibilita parcerias e novas formas de interação
Firmar parcerias com criadores de conteúdo digital é uma boa forma de alcançar novos públicos. Além disso, as marcas que investem em NFTs acabam conquistando o público não só pela tática por si só disruptiva, mas por educá-lo acerca do assunto e abrir espaço para novos formatos criativos, com potencial de viralização.
