Google pretende retirar os cookies de terceiros do seu navegador, Chrome, em 2022.
Navegador é padrão para cerca de 70% dos usuários de internet
De um lado, os defensores da privacidade de dados; do outro, as empresas, que, por meio dos cookies, têm seus anúncios veiculados de forma certeira e personalizada.
No meio desse conflito, estão o Google e seu navegador Chrome, que é o padrão de 70% dos usuários de internet no mundo. Como resolver esse impasse?
A gigante de tecnologia anunciou no fim de fevereiro deste ano que removeria os cookies de terceiros do navegador. Mas como a decisão afeta diretamente a vida de usuários de internet e as metas de anunciantes?
O que são cookies e como eles afetam a vida de usuários e anunciantes?
Cookies nada mais são do que arquivos temporários de navegação. Esses arquivos armazenam temporariamente a jornada de navegação do usuário e, basicamente, não há limite para quais informações os cookies podem armazenar.
Dessa forma, dados como endereços de e-mail, preferências de pesquisa e cidade são armazenados e servem como indicador para que o internauta seja impactado por anúncios de parceiros.
Com a pressão, especialmente nos Estados Unidos, para que a privacidade online seja preservada, o Google resolveu remover os cookies de terceiros em 2022. Entretanto, como uma saída para continuar veiculando anúncios de forma certeira, a empresa criou os FLoCs (Federated Learning of Cohorts, ou algo como “Aprendizagem Federada de Semelhantes”, em tradução livre).
A diferença entre os cookies tradicionais e os FLoCs é que este último prevê a criação de “rótulos” para grupos de usuários com interesses semelhantes. Ou seja, os anunciantes continuarão a alcançar o público-alvo, mas, dessa vez, por meio de grandes conjuntos de pessoas com interesses semelhantes.
Vale ressaltar que o Chrome pretende disponibilizar audiências com base em FLoCs para teste ainda em abril de 2021 e com anunciantes do Google Ads no segundo trimestre de 2021. Mesmo com a alteração, os FLoCs, sendo duramente criticados, especialmente pelos concorrentes Opera e Firefox Mozilla.
Além disso, outras empresas já informaram por meio de nota que vão bloquear o novo método de rastreamento de usuários, dentre elas a Microsoft Edge e o WordPress. O posicionamento do WP é especialmente importante, já que ele é responsável por 41% de todas as páginas da internet.

Como atuar de forma data driven em um mundo sem cookies
1. Construa sua Customer Data Plataform (CDP)
O CDP (algo como “Plataforma de Dados dos Consumidores”) cria registros persistentes e unificados de todos os clientes, incluindo seus atributos e dados. Assim, é fácil recuperar o histórico e a jornada do cliente em todos os canais, bem como criar recomendações adequadas e uma comunicação personalizada, fundamentais para oferecer uma boa experiência.
2. Colete o máximo possível de dados de sellout
Com o crescimento do e-commerce, os indicadores são essenciais para identificar novas oportunidades de ativação em diversos canais de venda. Com uma simples integração, é possível coletar dados de vendas fundamentais para criar ações segmentadas e certeiras.
3 Dados só tem valor se tiver chaves acionáveis
Mapear métricas e ações específicas vai permitir obter dados como acesso e retorno, compras, tempo de vida do usuário, frequência de retorno, quem fala do seu produto (e como fala dele), bem como quantos usuários. Além de, é claro, permitir que crie ações direcionadas de acordo com etapas específicas da jornada.
4 Gere valor para seus consumidores
A célebre frase do pai do marketing, Philip Kotler, “venda valor ao cliente e não preço” ilustra bem a importância do valor para os consumidores. Cada vez mais as empresas precisam se atentar às necessidades reais do cliente e estarem dispostas a manter o diálogo, a se adaptar às mudanças e a tomar decisões com foco no consumidor.